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As vidas cotidianas são as melhores novelas

 

Esta semana o jornal trouxe uma matéria sobre o autismo. Sabe-se que é um comportamento desconhecido, confundido com retardamento. Ele é manifesto geralmente na primeira infância. Suas características principais são a profunda alienação em relação as pessoas ao redor; movimentos sistemáticos como balanço do corpo e da cabeça, muitas vezes sem parar,"ligado"; total falta de comunicação, não fala, não sorri, mas demonstra independência na tenra idade. É uma incógnita. Mas cada caso é um caso. O que vivi era assim, para entenderem melhor, ele foi gerado naquelas circunstâncias onde achamos que um filho vai melhorar o relacionamento do casal. Pura mentira e ilusão. Filho só atrapalha, vai acrescentar mais um motivo para o casal ficar distante e conseqüentemente se separar. A gestação foi incomum; durante essa gravidez problemas gravíssimos aconteceram: Perdi um primo assassinado pela esposa enquanto estava dormindo e ela ficou impune. Com sete meses fui surpreendida pelo meu marido tendo relações sexuais com a empregada dentro da nossa casa. No parto meu filho estava na posição sentado, mas como havíamos comprado um carro novo naqueles dias, não tínhamos dinheiro para uma cesariana. O parto normal seria impossível, no entanto algo sobrenatural aconteceu e ele virou. Criança não é bola. Toda dor que senti foi compensada, o parto foi natural e antes de desmaiar ouvi  o médico dizer: "é homem", o relógio marcava três horas em ponto. Mais tarde não quis saber dele, queria que o dessem para adoção. Os médicos disseram que tive uma depressão pós-parto e pré- eclampsia. Eram seis da manhã, chega uma enfermeira enviada por Deus, com três bebês no colo e me passa um bebê rosado de olhos azuis para eu amamentar. Meus seios estavam doendo muito de tanto leite. "Esse bebê não é meu". "Qual a diferença você vai dá-lo mesmo, é só para não empedrar o seu seio". "Meu bebê é aquele ali". Olhei apática para aquela criança" De repente me preocupei com a enfermeira carregando três crianças. "Não tenho bebê branco desse jeito". "É só para aliviar o seu seio senão vai ficar doente". Minha alma já estava doente.

Algo espetacular aconteceu, como um flash de máquina fotográfica eu senti uma luz por fração de segundo. O flash ilumina para registrar o momento que pode ser copiado e virar uma foto, eu estava num mundo que era uma foto, aprisionada e fui liberta. Vi meu filho ávido de fome, afinal não comia desde as três horas da tarde do dia anterior e já eram seis da manhã. Chorei, de derramar lágrimas no rostinho dele, pedi perdão por não querê-lo, por colocar nele culpa que era só minha então senti no meu coração que ele seria bênção para minha vida e meu irmão e amigo.

Quando passados alguns meses, vimos que ele era diferente, a princípio pensamos que fosse retardado, surdo, esquizofrênico. Diagnóstico: "seu filho é autista". Ouvimos todo tipo de explicação e como deveríamos cuidar dele. Abri mão de um trabalho federal para ficar com ele, cuidei seguindo os meus instintos e minha fé. Na véspera de Natal, ele com  cinco anos pedi um presente à Deus: que eu ouvisse a voz de meu filho...

Ele me deu muito mais abundantemente além do que pedi. Me deu a cura total do Gustavo. Fez o Guilherme passar no concurso do TRF 2° Região. Sou uma artista. Temos o maior tesouro que uma pessoa possa desejar, somos da família mais importante do universo, temos o irmão mais famoso. Somos de Deus. Somos de Cristo. Somos cidadãos do céu.  

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